sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Indústria tem queda de 9% sobre agosto de 2014, a maior desde 2003

Resultado foi influenciado pela queda de 26% da produção de veículos. De julho para agosto, o recuo foi de 1,2%, o maior para o mês desde 2011. 

A produção da indústria nacional caiu pelo terceiro mês seguido. Em agosto, na comparação com julho, o recuo foi de 1,2%, o maior para o mês desde 2011. Com esse resultado, o setor acumula queda de 6,9% no ano e de 5,7% em 12 meses. Já na comparação anual, contra agosto de 2014, a atividade fabril caiu 9%, a maior baixa nessa base de comparação (agosto contra agosto) da série histórica do IBGE, que teve início em 2003. 

A maioria dos setores analisados mostrou resultados negativos. O mais expressivo partiu dos veículos automotores, reboques e carrocerias, que registraram queda foi 26,2% na produção. Os números foram divulgados nesta sexta-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “A indústria, nesse momento, opera 15% abaixo do nível mais alto da série, alcançado em junho de 2013. A indústria em termos de patamar, é algo similar ao que se tinha em termos de produção em 2009. E naquele ano de 2009, o fechamento do ano teve recuo de 7,1%”, analisou André Luiz Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE. 

Também contribuíram com essa queda geral da indústria as reduções de produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-8,7%), de máquinas e equipamentos (-15,3%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-30,3%), de produtos de metal (-15,7%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-18,7%), entre outros. “A queda de 9% é o 18º resultado negativo consecutivo para esse tipo de comparação. Novamente bens de capital e bens duráveis são as duas categorias econômicas que mostram perdas acentuadas. Ressaltando que o resultado negativo de 33,2% de bens de capital é o resultado negativo mais intenso da série, para esse tipo de comparação.” 

Na contramão, impedindo que o tombo da indústria fosse ainda maior, cresceu a produção das indústrias extrativas (2,9%), "impulsionado, em grande parte, pelos avanços nos itens minérios de ferro pelotizados e óleos brutos de petróleo". Na análise dos tipos de produtos fabricados, os bens de capital registraram queda de 33,2%, influenciados pela menor produção de caminhões e tratores, e os bens de consumo duráveis recuaram 14,6%, puxados pelas retrações na fabricação de automóveis, de eletrodomésticos da linha branca e da marrom. 

 “Quando a gente observa a redução nos resultados de bens de capital, sugere ambiente de incerteza é relevante nesse momento, que faz com que empresários adiem suas decisões nesse momento. Ele observa a demanda que existe nesse momento e avalia que a capacidade instalada é capaz de dar conta da demanda que existe nesse momento”, disse Macedo. Também diminuiu a produção de bens de consumo semi e não-duráveis (-7,6%) e de bens intermediários (-5,5%). 

“Crédito mais escasso, mais caro, associado a essa demanda doméstica caminhando de forma mais lenta, incerteza do consumidor, o que faz com que se adie consumo, está por trás de todo esse comportamento negativo que a gente observa em bens de consumo duráveis e semi e não-duráveis”, disse o gerente do IBGE. 

No mês De julho para agosto, a queda foi menos intensa do que frente ao mês do ano passado, mas a produção da indústria também alcançou a maioria dos setores. Assim como na comparação anual, a maior baixa partiu de veículos automotores (-9,4%). 

Também contribuíram negativamente as indústrias de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,6%), de produtos de metal (-3,0%) e de metalurgia (-1,3%), entre outros. Na contramão, cresceu o setor de produtos alimentícios (2,4%), recuperando a queda de mais de 5% em julho. Caíram ainda as produções de bens de capital (-7,6%) e de bens de consumo duráveis (-4,0%), "influenciadas, em grande parte, pela menor produção de caminhões, na primeira, e de automóveis e eletrodomésticos, na segunda, ainda afetadas pela concessão de férias coletivas em várias unidades produtivas". 

 Na mesma esteira, está o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, que recuou 0,3%. O único ramo que teve resultado positivo nessa base de comparação foi o de bens intermediários, que cresceu 0,2%. Dólar Sobre o efeito da alta do dólar e o impacto da valorização da moeda sobre as exportações, 

André Luiz Macedo afirmou que a indústria observa “algum tipo de melhora [nas exportações], mas ainda totalmente incapaz de se reverter essa trajetória de queda que está bem marcada no setor industrial”. 




*G1.com

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