quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Carnes de frango e porco terão aumento de 20% este ano


Motivo é o aumento do preço dos insumos. 

O alerta já foi dado aos que comercializam o produto e, para o consumidor, o momento é de preparar ainda mais o bolso. 

O preço das carnes de frango e porco - alternativas utilizadas por quem busca fugir do valor salgado da carne de rês -, deve aumentar até 20% devido ao cenário crítico enfrentado pela avicultura e a suinocultura do país. 

Na mesma proporção, as estratégias que a população tem adotado para manter a proteína no prato sem gastar muito crescem tanto quanto a redução da compra. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas e Opinião (IPO) demonstrou que dos 74,2% das pessoas  cortaram algumas despesas mensais, 53% deles aplicaram a prática no supermercado. 

No carrinho, a opção que desaparece com mais frequência é a carne de gado. Agora, com o aumento de preço marcado para o primeiro bimestre do ano, a tendência é diminuir também os outros tipos. 

O alerta vem da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o motivo é o aumento do preço dos insumos. Na medida em que a produção e os custos destes crescem - como mão de obra, energia e combustíveis -, a escassez de milho e farelo de soja, registrada em diversas regiões no Sul e Sudeste do país, gera a elevação no preço da ração. 

De acordo com o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, a primeira safra é insuficiente para atender a demanda. E o custo para transportar parte do estoque registrado no Centro-Oeste também significa um obstáculo, dificultando a tentativa de fazer com que os níveis de produção na avicultura e na suinocultura permaneçam os mesmos. 

Para a segunda safra, a opção será importar milho do Paraguai e da Argentina, cujos excedentes não são elevados. A redução do consumo, como um todo, já aparece em alguns supermercados e açougues . 

De acordo com o gerente de uma unidade central, Rudinei Meirelles, quem antes ia ao estabelecimento comprar um quilo de carne, hoje pede uma média de 700 gramas. “Eles não deixaram de consumir, mas reduziram bastante”, enfatiza. 

Exemplo disso é o aposentado Milton da Silva. Ele compra uma vez por semana a carne vermelha. Mas quando precisa economizar, recorre ao frango comercializado em bandejinhas de supermercado. Maria Regina Sampaio, de 58 anos, diz que o bolso do aposentado sente tudo. Ela conta que se antes comprava cinco quilos de carne por mês, atualmente reduziu para três, “e olhe lá”. 

Destes, muito frango - a opção mais econômica. 

Comprovação em dados 

Ao comparar o consumo registrado em 2014 com o do ano passado, no Brasil, já é possível perceber que a compra da carne de frango e do porco tem se tornado um ponto-chave para continuar consumindo a proteína sem investir o tanto que é necessário na carne de rês. 

De acordo com a ABPA, só em frango foram 13,146 milhões de toneladas - 3,58% a mais do que em 2014. No terceiro trimestre de 2015 o abate de suínos foi de 10,18 milhões de cabeças.Um recorde, segundo o IBGE. 

Por outro lado, o abate de bovinos ficou em 7,56 milhões de cabeças. O que significa uma queda de 0,9% em relação ao 2º trimestre de 2015 e 10,8% frente ao 3º trimestre de 2014. Assim, o Brasil se tornou o segundo maior produtor de carne de frango do mundo. Superou a China, que produziu no ano passado 13,025 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “A carne de frango ampliou sua liderança como a mais consumida pelo brasileiro”, considera Turra. 

 Gastos 

Consumo per capita de carne de frango nos últimos cinco anos  

2015 - 43,25 quilos 

2014 - 42,78 quilos 

2013 - 41,80 quilos 

2012 - 45,00 quilos 

2011 - 47,38 quilos 

Consumo per capita de carne suína nos últimos cinco anos  

2015 - cerca de 15 quilos (fechamento ainda não oficial) 

2014 - 14,6 quilos 

2013 - 14,5 quilos 

2012 - 14,9 quilos 

2011 - 14,9 quilos

*DP

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