sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Mais saúde à mulher que recebe remuneração

Antecipando a Semana  da Mulher, o Blog não poderia deixar de começar com esta matéria : 

Mais saúde à mulher que recebe remuneração 

Mesmo trabalhando fora e acumulando atividades profissionais e domésticas, as trabalhadoras remuneradas apresentaram melhor saúde mental e bem-estar do que as donas de casa. 

O resultado apareceu no estudo de doutorado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, realizado no município de Campinas. Cinquenta e cinco por cento das brasileiras com 16 anos ou mais são economicamente ativas e acumulam tarefas por causa das demandas profissionais e do cuidado com a família e o domicílio. 

Já 30% são consideradas economicamente inativas, estando nesse segmento as donas de casa, apesar da sua rotina de afazeres domésticos que chega a 34 horas de trabalho semanais. A investigação mostrou que ser dona de casa está associada a uma maior prevalência de transtornos mentais comuns (TMC) e a uma pior qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS). 

A ausência de trabalho remunerado associou-se aos piores indicadores de saúde mental, concluiu a autora da pesquisa, Caroline Senicato. Entre as mulheres com melhor escolaridade e maior renda familiar per capita, ter um trabalho remunerado ou ser dona de casa não afetou a qualidade de vida. As que tinham nível socioeconômico intermediário e baixo, entre as quais as donas de casa, apresentaram pior qualidade de vida relacionada à saúde, sobretudo quanto a aspectos ligados à saúde mental. A pesquisa foi feita no Centro Colaborador em Análise de Situação de Saúde (CCAS), no Departamento de Saúde Coletiva da FCM, o qual monitora as condições de saúde da população e analisa dados de mortalidade para o município. 


O crescimento das mulheres no mercado de trabalho e a escassez de dados brasileiros sobre as condições de saúde das donas de casa aguçaram o interesse de Caroline. Cerca de 90% delas têm uma jornada de trabalho de 34 horas semanais, muito próxima da jornada das trabalhadoras remuneradas, mas sem receber nada. 

De acordo com informações publicadas no site da Unicamp sobre o estudo, entre 1970 e 1980 surgiram os primeiros estudos internacionais sobre o efeito do trabalho remunerado na saúde da mulher, que atingiram o auge nas décadas de 1980 e de 1990. Mas não permitiam generalizações diante da especificidade da realidade cultural e da condição feminina de cada país.

*DP

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